Caio Popílio Lenas
Caio Popílio Lenas | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 172 a.C. 158 a.C. |
Caio Popílio Lenas (em latim: Gaius Popillius Laenas) foi um político da gente Popília da República Romana eleito cônsul por duas vezes, em 172 e 158 a.C., com Públio Élio Lígure e Marco Emílio Lépido respectivamente. Era irmão de Marco Popílio Lenas, cônsul no ano anterior, e pai de Públio Popílio Lenas, cônsul em 132 a.C..
Primeiros anos e consulado (172 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Em 175 a.C., Lenas foi pretor.[1] Foi eleito cônsul em 172 a.C. com Públio Élio Lígure, um ano depois que seu irmão, Marco Popílio Lenas, ter ficado famoso pela crueldade com que tratou os lígures e fez o possível para evitar que ele fosse punido. Quando o Senado ordenou que todas as propriedades roubadas dos estatelatos fossem devolvidas, Caio conseguiu forçá-los a mudar de ideia. Insatisfeitos, os senadores deram-lhe a Ligúria como província consular.[2]
Um ponto notável de seu consulado foi o fato de que os dois eram plebeus,[3] a primeira vez que isto ocorreu.
Terceira Guerra Macedônica
[editar | editar código-fonte]Depois de seu consulado, em 170 a.C., serviu como legado na Grécia durante a Terceira Guerra Macedônica[4] e conseguiu evitar que os macedônios tomasse a cidade etólia de Stratus. No ano seguinte, foi enviado pelo cônsul Aulo Hostílio Mancino a diversas cidades gregas para conseguir todo o apoio que pudesse na guerra contra Perseu. Assumiu o governo da cidade de Ambrácia no mesmo ano.[5]
Em 168 a.C., no contexto da sexta guerra síria, foi enviado como embaixador, com Caio Decímio e Caio Hostílio, a Antíoco IV Epifânio, do Império Selêucida, para exigir que ele não levasse adiante a guerra contra o Egito Ptolemaico. Depois de passar por Rodes, onde exigiu que a população punisse os que haviam apoiado Perseu,[6] o grupo encontrou Antíoco marchando em direção a Alexandria. Popílio entregou-lhe a carta do Senado e Antíoco se comprometeu a considerar o pedido. Então, num episódio muito famoso, Popílio pegou uma vara e desenhou um círculo à volta de Antíoco e ordenou que ele não atravessasse o círculo sem atender às demandas romanas. Sem outras opções, Antíoco finalmente ordenou a retirada.[7] Na viagem de volta, passou por Chipre, intimou as frotas selêucidas a cessarem seus ataques às posições egípcias e retornassem à Síria Selêucida. Segundo estudiosos bíblicos,[8] a frota de Lenas é a que teria sido citada em Daniel 11: «Virão contra ele naus de Quitim, portanto será contrariado, e voltará. Indignar-se-á contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; até tornará a vir, e atenderá aos que abandonarem a santa aliança.» (Daniel 11:30).
Como resultado de sua missão, uma duradoura paz foi firmada entre selêucidas e ptolomeus. Esta poderosa interferência da diplomacia romana e seu efeito imediato revelam a dimensão do poder romano no início do século II a.C.. As palavras de Popílio causaram grande impressão e ecoaram pela cultura romana: Cícero o cita em sua oitava Filípica[9] e Valério Máximo o inclui em "Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis".[10] Mais tarde, no século VIII, o episódio foi novamente citado na obra educativa "De viris illustribus", do abade Charles François Lhomond.[11]
Censor (159 a.C.) e segundo consulado (158 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Em 159 a.C., Popílio foi eleito censor com Cipião Násica Córculo e ordenou a construção do primeiro relógio de água de Roma. Popílio foi eleito novamente em 158 a.C., desta vez com Marco Emílio Lépido.[12]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Lúcio Postúmio Albino |
Caio Popílio Lenas 172 a.C. |
Sucedido por: Públio Licínio Crasso |
Precedido por: Cneu Cornélio Dolabela |
Caio Popílio Lenas II 158 a.C. |
Sucedido por: Sexto Júlio César |
Referências
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLII 21-22
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLII 10
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLII 9
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLIII 19,24
- ↑ Gordon P. Kelly, A History of Exile in the Roman Republic, Cambridge University Press, 2006, p. 72 (em inglês)
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLV 10.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLV 12.
- ↑ John Goldingay, Daniel. Waco: Word, 1989, p. 301
- ↑ Cícero, Filípica, VIII, 23
- ↑ Valério Máximo, Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis, VI, 4.3
- ↑ Abbé Lhomond, De viris illustribus, trad. Jacques Gaillard, Arles, Actes Sud, coll. Babel, no. 164, 1995 ISBN 2742705740 (em francês)
- ↑ Políbio, Exc. Legat. 92; Veleio Patérculo I 10; Apiano Syr. 131.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Fontes primárias
[editar | editar código-fonte]- Lívio. Ab Urbe condita libri 🔗 (em inglês). [S.l.: s.n.]
Fontes secundárias
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Este artigo contém texto do artigo «Gaius Popillius Laenas» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).
- (em alemão) Hans Volkmann: C. Popillius Laenas. In: Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Vol. XXII,1, Stuttgart 1953, Col. 57–58.
- (em alemão) Petrus C Nadig: P. Laena, C.. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 10, Metzler, Stuttgart 2001, ISBN 3-476-01480-0, Pg. 146.